DARK GUIDE – UMA HISTÓRIA DE AMIZADE

O mundo está tecnologicamente tão avançado que os robôs fazem parte do dia-a-dia dos humanos. Sou o Dark Guide e criaram-me para ajudar pessoas com problemas visuais. Somos tão sofisticados que nos tornámos capazes de ter sentimentos e emoções, como os humanos. É sobre um deles que vos falo.

Há dez anos, conheci uma menina com problemas visuais chamada Hannah. A nossa história começou um pouco mal, pois ela não me conhecia nem me entendia, mas ao longo do tempo foi melhorando.

Tudo começou assim…

O pai de Hannah não tinha possibilidades para a ajudar sozinho e então foram à minha loja e decidiram comprar-me. No início, foi complicado porque ela tinha dificuldades em usar-me da melhor forma, mas Diogo, o pai de Hannah ajudou-a.

Diogo foi à rua comigo para me testar, para ver se eu estava a funcionar corretamente. Quando chegámos a casa, Hannah ouviu-nos e foi ter connosco para saber como correra o passeio. Diogo respondeu que tinha corrido bem, que eu era incrível, e ela entusiasmou-se logo.

Passados alguns dias, foi o primeiro passeio, meu e de Hannah. Diogo também foi, para se certificar de que não corria nada mal. Hannah estava um pouco assustada, mas acabou por correr incrivelmente bem. Ela ficou mais confiante e eu fiz de tudo para a deixar muito segura e calma.

Nós passeámos tanto que se criou uma grande amizade entre nós os dois. Ela já não passava sem mim, nem eu sem ela. Eu tornava os passeios aventuras muito mais seguras, pois detetava os obstáculos que pudessem existir e alertava Hannah que, assim, se desviava e foi, pouco a pouco, perdendo o medo de sair à rua, ganhando confiança em si.

Até que um dia, o pior aconteceu…

Hannah teve uma consulta, onde eu a acompanhei, e foi nesse dia que ouvimos a má notícia: Hannah tinha uma doença rara e ainda não havia cura. Ficámos todos muito tristes, mas sempre a tentámos animar, mas ela estava abatida e em baixo. Procurámos proporcionar-lhe os melhores e mais felizes dias, enquanto ela estivesse connosco.

Infelizmente, passado um mês da triste notícia, Hannah faleceu. Fiquei muito triste, nunca mais consegui trabalhar como dantes. Os familiares da Hannah quiseram vender-me mas o Diogo quis guardar-me para ter o melhor amigo da Hannah sempre junto de si. Foi necessário tempo e ajustamentos às minhas configurações para eu poder novamente ser útil e ajudar outra pessoa. E, então, Diogo entregou-me a um menino, também invisual, para que ele pudesse ser feliz como Hannah fora comigo. E também eu voltei a ser feliz, por poder ajudar e ser amigo de alguém, mas guardarei para sempre a recordação da minha querida Hannah.

FIM

Autores: Daniel Solas Pereira, Mónica Raquel Serpa Branca, Rafael Caeiro Martins

Alunos do 12.º ano