Quem lê o quê?

Quem não tem uma qualquer história de verão para contar? Quem nunca desejou uma aventura, uma paixão, uma descoberta naquele lugar de liberdade real ou imaginário?
As primas Tamaki oferecem-nos precisamente uma história assim. Melhor, quase assim. Nesta narrativa em banda desenhada há muito de agridoce. Tanto quanto de mudança e crescimento. Rose regressa com os pais ao lago onde sempre passa as férias de Verão. Lá reencontra Windy, a sua amiga de férias um ano e meio mais nova. Se na infância a diferença de idades não parecia significativa, agora ambas fazem um esforço por se aproximarem, como os diálogos deixam entrever. É muito através da relação das duas que podemos acompanhar os seus pensamentos, dúvidas e personalidades. A curiosidade de Rose em relação ao grupo de jovens locais, cujo ponto de encontro é junto à loja da vila não é totalmente partilhada por Windy que a acompanha em solidariedade típica da adolescência. Já as brincadeiras que no passado faziam parte da cumplicidade das duas poderiam bem continuar neste reencontro, se imperasse a vontade de Windy. A par do drama entre um par de namorados a que ambas assistem há um mistério que corrói a mãe de Rose provocando-lhe muitos momentos de sofrimento e tensão. Nesta banda desenhada com um estilo que evoca a tradição de animação dos estúdios Gibli o final traz esperança e a consciência de que o crescimento obriga a mudanças inevitáveis que não são necessariamente más, mesmo que obriguem a descobertas dolorosas.


Palavras-chave
Adolescência, férias, família, crescimento, banda-desenhada

Outras leituras
Mary John, Ana Pessoa, Bernardo Carvalho, Planeta Tangerina
As regras do Verão, Shaun Tan, Kalandraka
À sombra da vida, Margarida Fonseca Santos, Booksmile

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