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Título: Mário de Sá Carneiro, Antologia Poética Autor: Mário de Sá Carneiro Ilustrador: Tiago Manuel Editor: Faktoria de Livros
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Quem lê o quê?
A poesia do modernista Mário de Sá Carneiro não é acessível, pejada de uma retórica sensorial que resulta em excesso. Contudo, e apesar de não ser uma antologia que se destine a outros leitores que não os competentes em literatura, o tema é caro ao público jovem/adulto. A identidade com todas as suas fracturas apresentada entre cenários majestosos e declínios épicos surge como empática e arrebatadora para alguns. O desejo parece incontrolável, mesmo que o leitor não consiga antever o seu objecto e isso torna tudo mais aliciante. Eis o poeta quase maldito de biografia célere. Que não se caia porém na tentação excessivamente didáctica de explicar a obra pela época. Basta ler e reler sem outra preocupação que a do espanto: um verso clarividente, uma cor, uma sensação, um momento narrativo... A mediação desta leitura será tão mais motivadora quanto mais tender à exploração da subjectividade do leitor, das suas impressões mais do que à descodificação. As ilustrações contribuem para um ambiente dramático, encenando combinações de formas, cores e tipos. O seu diálogo com cada poema suporta ainda que parcialmente a leitura, enriquecendo a obra. Este é um dos vários títulos da colecção de poesia Treze Luas, que inclui outros escritores como Cesário Verde, Fernando Pessoa ou Bocage. O pressuposto é o de antologiar cada poeta com uma selecção de treze poemas que possam ajudar a traduzir a sua biografia.
Palavras chave
Poesia, identidade, desejo, ilustração, modernismo
Outras leituras:
Verso e Prosa, Mário de Sá Carneiro, Assírio e Alvim
Cartas reencontradas de Fernando Pessoa a Mário de Sá Carneiro, Pedro Eiras, Assírio e Alvim
Fernando Pessoa, Antologia Poética, Faktoria do Livro